hoje estava um dia lindo para acordar na praia.
só faltou acordar e estar na praia.
estava em são paulo mesmo.
levantei, mas antes fiquei deitada.
da cama, fui curtindo a onda. a serenidade em meio ao vai e vem, o caldo que é para a ficar esperto,
o sal que faz sentir a pele, o dá-pé-não-dá-pé-o-que-eu-faço?, a cabeça água abaixo, o frio na barriga
umbigo acima. aquele mar aberto de emoções do silêncio do barulho do mar dentro da gente.
aí sim levantei. abri a janela e dei de cara com o dia dourado. meus girassóis sorridentes já me contavam
o que acontecia lá fora, estavam desde cedo trocando ideia com o sol e me chamaram para esse papo.
aceitei e girei também pelo caminho ensolarado.
chinelo no pé, pé na rua e fui esbarrando nos atletas de calçadão que tiram seus shorts coloridos do
armário aos domingos - alguns para correr de fato, outros só para combinar com o dresscode do fim de semana. movimento, suor, pais e filhos, passos, meu cachorro e eu. nesse vai e vem, vai para um sorvete,
vem para uma cerveja, segue a maré.
meu prédio tem piscina e eu sou uma das poucas pessoas que moram em prédio com piscina que de fato usa piscina de prédio - sempre, por onde passei e morei. enfim, mergulhei naquele espreguiça, deita, vira, desvira, ajeita, molha, seca,
sombra e almoço fresco, moleza de sobremesa, termina um livro, começa um filme...
sem tempo para nada porque hoje tem tempo para tudo.
agora, acabei de tomar banho e o espelho me contou que esqueci de passar protetor solar só em uma
parte bem limitada do corpo, que agora se destaca do resto.
e como não tenho rede, escolhi dançar para não perder o embalo.
para terminar o dia nesse espírito, vou ver se encontro um churros aqui por perto.
hoje estava um dia lindo para acordar na praia.
a praia pensou o mesmo e veio passar o dia comigo.
photo by daan huttinga on unsplash
Comments