01 sítio
03 casas no brasil
01 casa na inglaterra
05 apartamentos
= 10 moradias, no total.
esse é o meu histórico imobiliário - até hoje.
isso sem contar casa de amigas e namorados para onde eu praticamente me mudei
em diferentes fases da minha vida.
parei para fazer essa conta enquanto conversava com uma amiga - inclusive uma dessas aí de cima.
falávamos sobre mudanças e como decidimos que não vamos mais mudar porque agora está
tudo acomodado certinho e quando vemos estamos mudando de novo. ufa.
mudança desperta em mim uma coisa esquisita. um tal de putz-gosto-nãoquero-ótimaideia-oqueestoufazendo.
mais ou menos assim,
a mudança bate na porta: putz!
desbravar e desvendar terrenos: gosto.
burocracias: não quero.
novos ares: ótima ideia.
a mudança, enfim: o que estou fazendo?!?
mudada: ufa.
sempre, sempre!, termina com esse ufa - menos pelo cansaço, mais pela sensação de que foi
a melhor coisa que podia ter acontecido.
apesar dos esforços e desconfortos no meio do caminho, eu gosto demais de mudança. prova disso
é minha mania ver listas de imóveis para alugar. nem sempre é hora, mas curto imaginar aqueles
espaços ainda inexplorados e sentir o friozinho na barriga de todo o processo. um espécie de ensaio,
mesmo eu sabendo que na hora h dificilmente sai como o planejado.
também gosto de fazer listas de oportunidades a serem exploradas em mim, que é mais ou menos
a mesma coisa.
casa é onde moramos e onde moramos é em nós mesmos. e aí, de tempos em tempos a mudança
chega também nessa moradia, mais conhecida como nossa vida.
cortar o cabelo ou o doce porque doce simplesmente é doce demais.
subir a cintura do o jeans ou diminuir as horas de sono.
trocar o andar das coisas ou decidir correr.
pensar demais ou fazer sem pensar.
escolher outros rímeis ou rumos.
novos endereços de casas e de almas.
isso implica mudar os vizinhos, os barulhos, as rotinas, as vistas e visitas.
deixar pessoas e padrões e manias e horas e oras para trás.
fácil não é, tem aquela história toda de dar satisfação para meio mundo porque
se não anunciar o endereço atual, a correspondência não chega. mas tem correspondências
que pertencem ao endereço antigo e não fazem sentido acompanhar... só que aí é outra história.
e logo o velho é atropelado pela euforia da nova vizinhança,
uma adrenalina de corpo em movimento que é viciante.
porque
enquanto tenho fôlego para encaixotar
e frio na barriga para encarar
e portas para abrir
e listas para dar check
e calças jeans para variar
e fiador,
tenho vida.
ufa.
photo by tierra mallorca on unsplash
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